A sequidão da vida

Há mais de dois mil anos, o filosofo grego Sócrates, já alertava sobre algo normal nos dias de hoje: “Cuidado com a aridez da vida ocupada”.

Como algo escrito há tanto tempo se encaixa tão bem hoje? Será que o ser humano em qualquer era sempre tem a tendência de dar valor a coisas e não a pessoas, por isso a necessidade de correr a tal ponto de não se importar com os outros?

A correria do dia a dia nos impede de promover gentilezas, porque achamos que iremos perder tempo fazendo. Não há tempo a se perder cumprimentando o porteiro, gari, vizinho. Não há tempo em dar atenção aos filhos, ao cônjuge, aos familiares e claro qualquer folga que você tenha o melhor é descansar.

Tornamo-nos secos, rudes, ríspidos para obter mais tempo. Acostumamos com a paisagem a ponto de não mais apreciá-la, nosso foco está em nossos problemas e preocupações de tal maneira que esquecemos de olhar e ver a necessidade do próximo ou de corresponder ao amor do próximo.

Como nossa vida seria melhor se tivéssemos prioridades maiores que o relógio. Fazer o que é importante e não o urgente, prestar atenção a nossa volta, ao que o próximo necessita, olhar de verdade as paisagens, aproveitar o momento, fazer gentilezas mesmo que isso requeira seu tempo e dinheiro.