Por conta de uma disputa entre os médicos e o Ministério Público (MP), que proibiu o governo do Estado de renovar contratos com três cooperativas médicas que prestavam serviços na rede hospitalar pública, a vida de pacientes com câncer, que precisam de cirurgias e não há médico para realizá-las, está em risco.
No hospital Dr. Luiz Antônio, unidade da Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer, mais de 120 cirurgias foram desmarcadas nos últimos 12 dias.
O superintendente da unidade, Roberto Sales, afirmou que a paralisação do serviço - que tinha 900 pacientes na lista de espera - vai "aumentar a angústia" das pessoas que aguardavam o procedimento cirúrgico. "Muitas pessoas certamente perdão a chance de cura", disse Sales. O hospital, que atende exclusivamente pelos SUS (Sistema Único de Saúde), tem 80 leitos, quatro salas cirúrgicas e funcionários trabalhando, mas faltam anestesistas e cirurgiões. (site UOL)
Peraí como é que é? Vai aumentar a angústia das pessoas? Muitas certamente perdão a chance de cura??? Tudo por causa de uma disputa????
O egoísmo cresce a cada dia e com notícias assim só constatamos que a maioria das pessoas pensam em seus próprios umbigos. Fica a sensação que:
- ah e daí que a angústia das pessoas aumentarem!
- Ah e daí que muitos certamente perdão a chance de cura!
Triste, mas é a realidade!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Perfil: Luzanira Candeia
Nascia em 10 de outubro de 1922, na cidade de Solonópolis interior do Ceará, Francisca Luzanira Candeia, filha de Joaquim Honório Pinheiro e Maria das Dores Lopes Pinheiro. Ela é a sexta filha do casal que possui mais quatro homens e seis mulheres.
Luzanira, como gosta de ser chamada, era uma criança diferente das outras. Destacava-se entre suas irmãs, não gostava de trabalho doméstico e sim andar de cavalo pelo campo.
Seu pai, um tropeiro, vivia viajando pelas cidades levando alimentos dentro das caçoaras como ela mesmo chama. “A caçoara é feita de cipó surrão e sacos de couro que serviam para colocar os alimentos dentro. Ele buscava e trazia alimentos de um lugar para o outro”.
Para cavalgar era preciso usar calças, mas naquela época as mulheres só usavam saias. Com sua persistência, convenceu sua mãe a fazer uma calça para vestir e com o trabalho de farinhado, descascar e moer a mandioca, conseguiu comprar o cavalo e a sela que tanto sonhava e saía com seus pais a trotar pelo campo.
Aos 12 anos de idade Luzanira ainda era analfabeta. Seus irmãos sabiam escrever, pois seus pais traziam uma senhora da cidade para ensina-los. Aprendeu o alfabeto com suas irmãs na areia dos rios perenes que tinha na cidade. Sempre chorou muito por não saber ler o jornal que sua mãe colocava na parede embrulhando os santos dos quais era devota.
Seus pais sabiam ler, escrever, fazer contas e sempre ensinaram seus filhos a falar corretamente. “Eles sabiam fazer as quatro operações”.
O telefone tocou e Luzanira se levantou do sofá para atender. “Oi preta, fala! Estou dando uma entrevista para duas estudantes de jornalismo”, conversava com sua filha mais nova, Isabel. Ao retornar pediu desculpas e continuamos.
“Foi então que decidi ir para a casa de minha avó aprender a ler e escrever com minha tia. Durante o dia trabalhava socando arroz dentro do pilão e a tarde estudava”.
Em 1947 resolveu ir para Maceió. Ainda solteira começou a trabalhar e estudar para concluir o ensino primário. “Sempre gostei de aprender as palavras”. Foi nessa época que conheceu seu esposo Daniel e casou-se em 1951 e logo nasceu sua primeira filha, Maria Gorete.
A vida do casal ficou complicada, porque a cada dia que passava o dinheiro ia diminuindo, afinal de contas à família havia crescido. Então seu esposo decidiu vir para São Paulo para ter um emprego melhor.
Daniel trabalhava no Ceará como garçom e sapateiro. Ao chegar em São Paulo foi morar na cidade de Guarulhos em um bairro pouco povoado chamado Macedo. Ficou na cidade seis meses antes de chamar sua esposa e sua filha.
Luzanira chega à Guarulhos em 1952. Morou por oito anos no Macedo quando conseguiram comprar uma casa, onde vive até hoje na Vila Fátima- Guarulhos. Nessa residência nasceram seus outros filhos: Daniel Rodinei, João Ronald e a caçula, Isabel.
A situação continuava difícil e foi então que Luzanira resolveu trabalhar para ajudar seu esposo. “Fiz um curso de corte e costura e trabalhava para a família, mas sempre tive o desejo de trabalhar fora do lar” .Foi quando conseguiu um emprego de segurança em uma empresa chamada Microlite Rayovac. Luzanira foi a primeira mulher a ser segurança na empresa.
Depois disto começou a trabalhar de office boy, como ela mesma diz, fazendo serviços de entrega de um escritório para o outro. Neste trabalho começou a envolver-se com a política.
Luzanira era apaixonada pela política desde pequena quando um deputado estadual foi a sua cidade pedir votos. Naquele momento ela pensou “Um dia irei falar em público como este homem, só não sei como nem o que. Sempre gostei da política e sempre me interessei”.
Em 1968 candidatou-se a vereadora de Guarulhos. Foi eleita por vinte anos consecutivos. Luzanira diz que foi a primeira vereadora de Guarulhos e sofria muitos preconceitos por ser mulher e, principalmente, nordestina. “Fazer campanha é fácil o difícil é depois de eleita”.
Com todas essas discriminações, ela sentiu a necessidade de voltar a estudar e entrou no curso chamado “madureza”, que chamamos de supletivo. Luzanira tinha dois professores, um de português e outro de matemática. Segundo ela, eles eram tão bons que fez com que prestasse vestibular depois de concluído o curso.
No ano de 1970, ainda no primeiro mandato, entrou na Faculdade Integradas de Guarulhos para cursar Direito, mas não tinha como pagar. Pensou várias vezes em desistir, quando foi surpreendida por dois de seus amigos da política: Mario Antonelli e o juiz da 2º vara, Jose Dourado, que foram até a universidade e conseguiram uma bolsa de estudos. Graças a essa ajuda, Luzanira concluiu seu curso.
Em 1988 percebeu que já havia feito tudo o que poderia fazer pela política e pelo bairro, escolas, creche, posto de saúde, então saiu e dedicou-se somente a sua profissão de advogada.
Trabalhou por trinta anos como advogada e resolveu parar de trabalhar em 1999 e se dedicar aos seus quatro filhos, sete netos e três bisnetos.
Hoje, aposentada e com 82 anos, vive com seu marido, tranqüilamente, cuidando de suas plantas, que, aliás, são muitas e lindas. Sua casa é impecável, tudo no lugar e arrumadinho, sua voz é encantadora e suas histórias fascinantes.
Entrevista realizada por Elisabete Mazi e Camilla Fernanda em 2006!
Luzanira, como gosta de ser chamada, era uma criança diferente das outras. Destacava-se entre suas irmãs, não gostava de trabalho doméstico e sim andar de cavalo pelo campo.
Seu pai, um tropeiro, vivia viajando pelas cidades levando alimentos dentro das caçoaras como ela mesmo chama. “A caçoara é feita de cipó surrão e sacos de couro que serviam para colocar os alimentos dentro. Ele buscava e trazia alimentos de um lugar para o outro”.
Para cavalgar era preciso usar calças, mas naquela época as mulheres só usavam saias. Com sua persistência, convenceu sua mãe a fazer uma calça para vestir e com o trabalho de farinhado, descascar e moer a mandioca, conseguiu comprar o cavalo e a sela que tanto sonhava e saía com seus pais a trotar pelo campo.
Aos 12 anos de idade Luzanira ainda era analfabeta. Seus irmãos sabiam escrever, pois seus pais traziam uma senhora da cidade para ensina-los. Aprendeu o alfabeto com suas irmãs na areia dos rios perenes que tinha na cidade. Sempre chorou muito por não saber ler o jornal que sua mãe colocava na parede embrulhando os santos dos quais era devota.
Seus pais sabiam ler, escrever, fazer contas e sempre ensinaram seus filhos a falar corretamente. “Eles sabiam fazer as quatro operações”.
O telefone tocou e Luzanira se levantou do sofá para atender. “Oi preta, fala! Estou dando uma entrevista para duas estudantes de jornalismo”, conversava com sua filha mais nova, Isabel. Ao retornar pediu desculpas e continuamos.
“Foi então que decidi ir para a casa de minha avó aprender a ler e escrever com minha tia. Durante o dia trabalhava socando arroz dentro do pilão e a tarde estudava”.
Em 1947 resolveu ir para Maceió. Ainda solteira começou a trabalhar e estudar para concluir o ensino primário. “Sempre gostei de aprender as palavras”. Foi nessa época que conheceu seu esposo Daniel e casou-se em 1951 e logo nasceu sua primeira filha, Maria Gorete.
A vida do casal ficou complicada, porque a cada dia que passava o dinheiro ia diminuindo, afinal de contas à família havia crescido. Então seu esposo decidiu vir para São Paulo para ter um emprego melhor.
Daniel trabalhava no Ceará como garçom e sapateiro. Ao chegar em São Paulo foi morar na cidade de Guarulhos em um bairro pouco povoado chamado Macedo. Ficou na cidade seis meses antes de chamar sua esposa e sua filha.
Luzanira chega à Guarulhos em 1952. Morou por oito anos no Macedo quando conseguiram comprar uma casa, onde vive até hoje na Vila Fátima- Guarulhos. Nessa residência nasceram seus outros filhos: Daniel Rodinei, João Ronald e a caçula, Isabel.
A situação continuava difícil e foi então que Luzanira resolveu trabalhar para ajudar seu esposo. “Fiz um curso de corte e costura e trabalhava para a família, mas sempre tive o desejo de trabalhar fora do lar” .Foi quando conseguiu um emprego de segurança em uma empresa chamada Microlite Rayovac. Luzanira foi a primeira mulher a ser segurança na empresa.
Depois disto começou a trabalhar de office boy, como ela mesma diz, fazendo serviços de entrega de um escritório para o outro. Neste trabalho começou a envolver-se com a política.
Luzanira era apaixonada pela política desde pequena quando um deputado estadual foi a sua cidade pedir votos. Naquele momento ela pensou “Um dia irei falar em público como este homem, só não sei como nem o que. Sempre gostei da política e sempre me interessei”.
Em 1968 candidatou-se a vereadora de Guarulhos. Foi eleita por vinte anos consecutivos. Luzanira diz que foi a primeira vereadora de Guarulhos e sofria muitos preconceitos por ser mulher e, principalmente, nordestina. “Fazer campanha é fácil o difícil é depois de eleita”.
Com todas essas discriminações, ela sentiu a necessidade de voltar a estudar e entrou no curso chamado “madureza”, que chamamos de supletivo. Luzanira tinha dois professores, um de português e outro de matemática. Segundo ela, eles eram tão bons que fez com que prestasse vestibular depois de concluído o curso.
No ano de 1970, ainda no primeiro mandato, entrou na Faculdade Integradas de Guarulhos para cursar Direito, mas não tinha como pagar. Pensou várias vezes em desistir, quando foi surpreendida por dois de seus amigos da política: Mario Antonelli e o juiz da 2º vara, Jose Dourado, que foram até a universidade e conseguiram uma bolsa de estudos. Graças a essa ajuda, Luzanira concluiu seu curso.
Em 1988 percebeu que já havia feito tudo o que poderia fazer pela política e pelo bairro, escolas, creche, posto de saúde, então saiu e dedicou-se somente a sua profissão de advogada.
Trabalhou por trinta anos como advogada e resolveu parar de trabalhar em 1999 e se dedicar aos seus quatro filhos, sete netos e três bisnetos.
Hoje, aposentada e com 82 anos, vive com seu marido, tranqüilamente, cuidando de suas plantas, que, aliás, são muitas e lindas. Sua casa é impecável, tudo no lugar e arrumadinho, sua voz é encantadora e suas histórias fascinantes.
Entrevista realizada por Elisabete Mazi e Camilla Fernanda em 2006!
Assinar:
Postagens (Atom)